sábado, 22 de março de 2003

Cuba

Havana e as lindas praias de Varadero

2003.... Recebi um convite da Angela, esposa de um amigo para viajar a Cuba. Tudo pago, passagens e hotéis. O marido não queria viajar na época, e disse que ela poderia convidar quem quisesse.
Fui a contemplada. Uau! Amei. Fomos viajar: ela, eu e a gerente dela (uma senhora de uns 75 anos). A idéia era ir conhecer Havana, Varadero e ao retornar, passar pelo Panamá.

A República de Cuba é uma ilha subtropical localizada no Mar do Caribe, quase do tamanho da América Central. Não existem analfabetos e grande parte da sua população possui o nível universitário. Cuba é referência em educação, saneamento básico e medicina social, já que a saúde é pública e de ótima qualidade.

Pousamos no aeroporto de Havana vindo do Rio de Janeiro. Ao pegarmos a bagagem na esteira, uma surpresa: cães pequenos farejando todas as malas. Há poucos táxis na saída do aeroporto. Pegamos uma van e fomos ao Hotel.

O hotel tinha uma excelente localização (Vedado), perto de quase todos os pontos turísticos. Deixamos as malas, tomamos um banho e descemos para o bar. Pedimos Pina Colada e a prosa correu solta. Estávamos curiosas para conhecer Havana.


O cenário da cidade é bastante curioso e de muitos contrastes: sujeira, antiguidades, modernidade, charme e beleza. De um lado, prédios velhos e acabados, janelas com roupas no varal. De outro, hotéis chiques, mansões e embaixadas imponentes.


Sentimo-nos voltar à década de 1950. Em toda esquina, carros e prédios antigos; alguns antigos até demais. Os carros mais comuns são os famosos “caudas de peixe”, de todas as cores. Charretes, triciclos (Coco taxis) e motos-táxi adaptados oferecem passeios aos turistas.

As vestimentas são antiquadas. Vimos várias senhoras conversando, fumando seus charutos cubanos e usando roupas coloridas de modelos ultrapassados.

O melhor de Havana é caminhar por ela, sem pressa, para conferir a riqueza arquitetônica e o povo. A cidade conserva as características do período colonial e possui inúmeras construções históricas valiosas, como igrejas, castelos e palácios, e monumentos construídos nos séculos XVI e XVII.



Logo de manhã fomos conhecer os castelos perto do porto, com as águas prateadas do mar e, ao fundo, as fortalezas: o Castelo de São Salvador de la Punta, enquanto do outro lado da baía está o Castelo dos Três Reis Mágicos do Morro, acessível por um túnel. O castelo é uma das maiores fortificações espanholas no Caribe. Estava ventando bastante (aliás, uma característica em Cuba).


Resolvemos comprar charutos. Lógico. Cuba cheira charutos e rum. Fomos a Fábrica de Tabacos Partagás, que produz mais de 1 milhão de charutos por ano. As cubanas usam vestido curto e enrolam as folhas de tabaco nas pernas. Mas o preço do charuto na fábrica estava muito caro, e a senhorita de 75 anos resolveu comprar na rua. Não foi preciso caminhar muito pela cidade, pois a abordagem do povo cubano é constante, tanto para vender charuto e rum, quanto para pedir você em .... casamento. É a maneira mais rápida do cubano sair do país. Casam e depois se separam ao sair de Cuba.
Fui pedida em casamento duas vezes.

Angela e sua gerente aceitaram o convite de um cubano para ir à casa dele e ver os charutos. Toda a familia, pai, mãe, filhos e filhas, trabalham na fábrica, mas vendem também “por fora” para ganhar dólares. Confesso que fiquei um pouco apreensiva com a situação.
Caminhamos vários quarteirões, e não chegava nunca ao destino. As ruas foram ficando mais estreitas e as casas mais antigas e velhas. Fomos para um lugar isolado e muito antigo, caindo aos pedaços mesmo...

Entramos em uma casa simples e ele nos apresentou a família, levando-nos a um quarto nos fundos da casa cheia de caixas de madeira com os famosos charutos cubanos. Todos com rótulos famosos, igualzinhos aos da fábrica. Elas compraram várias caixas.

Fomos a Habana Vieja, ao Centro e Vedado (Cidade Moderna), onde fica também o bairro residencial de Miramar. Tudo foi bem turístico, e eu apenas acompanhei. E tudo bem devaaaagaaaarrrrrr. A gerente da Angela andava muito tranquilamente, passinho de tartaruga. Então, os passeios levavam muito tempo... rsrsrs.
A alegria da música - rumbas, boleros, salsa ou son - presente por toda parte, e os imperdíveis drinques à base de rum conquistam os turistas. Além disso, o povo cubano é muito acolhedor e cultiva um carinho especial pelos brasileiros.

Havana começou a recuperar a parte antiga da cidade declarada pela Unesco, em 1982, Patrimônio da Humanidade. A área é composta por casarões, palacetes e igrejas com fachadas em estilo pré-barroco, barroco, neoclássico, art nouveau, e art dèco.
Passeamos pelo Paseo del Prado, vimos o famoso Capitólio Nacional, Antigua Iglesia de San Francisco, Museu de Ciências Naturais, Gran Teatro de la Havana, Memorial Granma, Convento de Santa Clara (esse convento não tem como passar despercebido. É o convento mais antigo, ocupa um quarteirão inteiro e é amarelo). Fomos ao Museo de la Revolución, Museu do Tabaco e outros.

À noite, como não podia deixar de ser, fomos a um jantar com show cubano. Bem turístico! Comida muito gostosa.

Em Havana, há muitos parques, fontes, monumentos e praças. Muitos dos monumentos homenageiam José Martí, grande mártir da Independência de Cuba em relação à Espanha, ocorrida em 1898. Pelos muros da cidade, é comum ver frases de cunho social e revolucionário, que idolatram Cuba e menosprezam os Estados Unidos. Nas ruas, muito artesanato e pinturas de personagens que fazem ou fizeram parte da história. A figura de Fidel Castro, assim como a do Che Guevara, é vista por toda parte, em bonés, camisetas, cartões-postais e quadros.

Inúmeros outdoors idolatrando a imagem desses dois homens: “Che – su ejemplo vive”; “Revolución es unidad”; “Con Fidel Revolución”.

Visitamos a Plaza de Armas que já foi o centro administrativo da cidade. Tem concertos freqüentemente aos domingos. A Plaza de Armas é o mais antigo e majestoso cenário da cidade. Possui dois museus: o Museu Municipal e o Museu de Arte Colonial.







Outro local delicioso é a Plaza de la Catedral onde pode-se ver a Catedral em estilo barroco cubano, que levou 29 anos para ser construída. Seu interior é bastante rico e guarda uma imagem do patrono da cidade San Cristóbal, talhada em madeira. Achei linda!
Outras construções localizadas nesta praça são o Palacio de la Capitanes Generales, com suas belas colunas e o pátio interno, e o Palacio del Segundo Cabo.

Tão bela quanto a Catedral é a Igreja de São Francisco. Lembram realmente igrejas da Europa. Toda Havana é charmosa. A cada esquina, restaurantes, hotéis e edificações em estilo colonial.

Paramos para uma pausa em um dos inúmeros restaurantes. E tomamos Pina Colada ao som de mambo e salsa.
Chegamos a uma praça, onde a rua da esquina tinha o nome de BRASIL (fotografamos para registrar, claro). Nos restaurantes de comida típica cubana, é comum a venda de charutos cubanos em caixas de madeira.
Paramos no famoso La Bodeguita del Medio, histórico bar de Havana onde o daiquiri foi inventado, drinque cubano tão famoso quanto a nossa caipirinha. Pedi um Mojito. O Mojito (rum, açúcar, limão, água, gelo e folhas de hortelã), uma das bebidas típicas de Cuba, é bem solicitada pelos turistas. Aproveitei para comprar um CD com músicas cubanas.

Caminhamos depois para o lado do porto de Havana, onde se situa a Praça de São Francisco com a fonte dos leões, e o Convento de São Francisco do ano 1548, de estilo barroco, com uma fachada principal e outra lateral. Observamos um casal de noivos saindo de uma limusine. Estavam fotografando ao lado do Convento.
À beira-mar, encontra-se o bairro Malecón, passagem obrigatória para turistas. O lugar é incrível: uma larga avenida com construções antigas e cercada de muros, que protegem a cidade das ondas causadas por ciclones. Pertinho do nosso hotel. A larga avenida que passa pelos bairros Malecón e Miramar termina no Forte Chorrera, construído em 1695 para defender a cidade dos ataques piratas.




Varadero

Pegamos um taxi antigo e fomos a Varadero. A viagem durou duas horas. Fizemos uma parada no Mirador Bacunayagua. E tomamos Pina Colada. Nesse mirador tem o maior viaduto suspenso da America Latina.

Varadero, considerada a mais bela praia de Cuba, fica a 140 Km de Havana. Tínhamos feito uma reserva em um hotel 5 estrelas - Meliá. Durante o percurso, aproveitei para conhecer toda a extensão da praia, que percorre toda a 5ª Avenida. Nas ruas, mais carros antigos e muitas feirinhas vendendo artesanato com a bandeira cubana e fotos do Fidel e do Che.

Os coqueiros e a areia branca, em conjunto com a água cristalina fazem de Varadero uma praia realmente bela. O problema é somente o vento: bastante forte.
Ficamos 3 dias no Hotel curtindo a praia.  É maravilhosa!



























Retorno ao Panamá e final da viagem

O voo de Havana para o Panamá saiu no horário previsto. Teríamos o dia inteiro para curtir a capital panamenha, pois o avião para Rio de Janeiro só partiria no dia seguinte.
Conhecemos o Canal do Panamá, o Casco Viejo (bairro antigo), o shopping Albrook Mall e a Ponte das Américas.